Avaliação Temática aplicada pelo professor Herminio Andres Torices no curso de teologia da Puc-Campinas em 18 de abril de 2008
O nome dos respectivos autores foi preservado!
Judaísmo do II Tempo: O Judaísmo de Jesus (1)
Por: MA
Creio que não se pode falar de um judaísmo sem contextualizá-lo apontando as diversas características que marcam a dinâmica deste período. Não se pode buscar conhecer o judaísmo fora da realidade do pensamento helenístico e do império romano quando se trata do judaísmo do II Templo e do judaísmo de Jesus. Sabe-se que Jesus cresceu e foi educado como judeu, como atestam o NT. No entanto, em sua fase adulta, o judaísmo não foi a causa abraçada por ele. Seu projeto era de um outro reino que não era deste mundo. É sob o domínio do império romano, sob o pensamento helênico com suas tradições e culto, que este judaísmo terá que dialogar para manter viva a sua crença.
O Império Romano dominava toda a Palestina onde Jesus vivia e onde se localizava Jerusalém, o maior centro econômico e religioso de Israel. Mas a dominação de Roma se deu não por idéias e sim pela força através de um grande e poderoso exército militar. E foi neste período de grande poder, que o império conheceu internamente tantas disputas pela opressão do poder e do poder em si. Nestas disputas estão além dos judeus, camponeses, galileus e palestinos.
A desigualdade social entre os judeus era intensa, causada pela exploração tributária do império romano e também do Templo que exigia os devidos impostos para sua manutenção bem como a dos sumos sacerdotes. Muitos eram os judeus que viviam como escravos e livres vítimas da exploração.
Dentro deste período de crise, o judaísmo enfrentou uma situação de ruptura, de onde se originaram duas correntes judaicas: o judaísmo rabínico e o cristianismo, que rompeu os limites do judaísmo.
É neste cenário de crises sócio/econômica que se encontra o judaísmo que contrasta com o pensamento helenístico. De qualquer modo, em algum momento da história, o judaísmo entraria em contato com o mundo confrontando o universo politeísta que somente com a tomada de consciência das camadas mais amplas da população haveria uma atitude de militância contra ídolos e idolatria. Mas para o império romano, não havia a menor diferença entre existir uma religião, ou um deus ou mais deuses além das religiões e deuses que já existiam. Mas para o judaísmo, isso tem um grande peso e conseqüências. Sendo Jerusalém o centro político e religioso do judaísmo, nela estavam presentes também os grupos dos fariseus, zelotas, essênios e herodianos.
A visão que o império romano tinha do judaísmo era a de um povo submetido as suas obrigações financeiras cada vez maiores, alem das obrigações que eles mesmos conservavam como povo.
Em dado momento da história, o império romano concede alguns benefícios para o judaísmo, como afirma Flávio Josefo. A partir da integração do judaísmo no mundo romano, surgem decretos que formam as bases do estatuto especial de que se beneficiariam os judeus, tais como:
- isenção do serviço militar onde se tornava impossível a observância do sábado.
- Didracma em que os judeus da Diáspora que pagavam os impostos para reconstrução e manutenção do Templo, foram impedidos de encaminhar para Jerusalém.
Essas questões acima é que de certa forma torna o judaísmo como religião licita no império romano.
O judaísmo da Diáspora é uma questão a ser levada em consideração para o fortalecimento deste povo. Para vincular a si a Palestina, os romanos foram obrigados a reconhecer a autoridade do sumo sacerdote sobre os judeus da Diáspora. Diante disso os judeus mesmo dependendo do direito romano estavam sob jurisdição do sumo sacerdote ou do Sinédrio e como última conseqüência o reconhecimento de um privilégio fiscal em que o sumo sacerdote tem a liberdade de cobrar a didracma nas comunidades judaicas do mundo romano e fazê-las conduzir livremente para Jerusalém.
Há que se perceber que o Templo de Jerusalém era o ponto de convergência de todo o judaísmo. No entanto o Templo, a medida em que o judaísmo parece estar aliado com o poder da pax romana, torna-se não mais a casa do Deus de Israel, mas sim no espaço de interesse econômico conforme as leis de Israel. O Templo é o local de concentração de poder e exploração do povo judeu em que sacerdotes legitimam o poder do império dominante onde os sacerdotes e as famílias sacerdotais são controladas a partir deste Templo. Neste cenário a apocalíptica surge como força dos que se sentem excluídos e explorados. É o grito de quem está desesperado desejando um outro mundo e uma nova vida. É quando se espera intensamente a vinda do Messias.
Jesus se manifesta neste contexto de sofrimento da população pobre e explorada tanto pelo império romano como pelo Templo. E Jesus abraça a causa apocalíptica por resistir as forças de opressão, sobretudo do Templo que se vê ameaçado com as suas ações pela liderança que começa a exercer entre os menos favorecidos. Por isso o projeto de Jesus acaba por “fracassar” quando é condenado à morte de cruz. Jesus é crucificado porque não tem como reagir. Mas o cristianismo que surge em meio a formação do judaísmo adquire sucesso por aquelas pessoas que não aderiram ao império antes de Constantino.
O fato é que sem entender o desespero de Israel, o seu sofrimento, não se compreende a cruz de Cristo.
I – Questões de identidade judaica (2)
Por: RF
Dentro do contexto e do periodo que o judaismo está vivendo, sua identidade está ameaçada e sendo dividida em meio às guerras e as imposições do Império.
Falar de identidade é falar de pureza, ou seja, do genuino costume judaico, de suas tradições que formam sua identidade.
Tal pureza tem enfoque nos determinados pontos:
a) Religiosidade;
b) Terra;
c) leis;
d) politicas;
e) Cumprimento da Torá.
Toda vez que tais principios são ameaçados, a identidade e ou a pureza judaica sofre riscos. Nesse sentido, pode ser até fragmentada deixando de ser o "judaismo" puro e passa a ser um judaísmo constituido em meio a tantas intervensões.
Dentro do contexto e do periodo que o judaismo está vivendo, sua identidade está ameaçada e sendo dividida em meio às guerras e as imposições do Império.
Falar de identidade é falar de pureza, ou seja, do genuino costume judaico, de suas tradições que formam sua identidade.
Tal pureza tem enfoque nos determinados pontos:
a) Religiosidade;
b) Terra;
c) leis;
d) politicas;
e) Cumprimento da Torá.
Toda vez que tais principios são ameaçados, a identidade e ou a pureza judaica sofre riscos. Nesse sentido, pode ser até fragmentada deixando de ser o "judaismo" puro e passa a ser um judaísmo constituido em meio a tantas intervensões.
II – Questões de Dominação: Os Impérios (3)
Por: AJC
Os Impérios como Persa, Romano etc., sempre dominaram reprimiram, exploraram os mais fracos, os judeus, retiravam deles mais da metade que produziam por meio de impostos, era imposto a ele o culto aos deuses do império e usavam da força contra os mais fracos para assim manter a Pax Romana, que era um meio de organização da sociedade pelo Império. Os Impérios necessitavam da mão de obra "escrava" praticamente, para assim manter as regalias das elites ali vigentes, e as estruturas do poder. Jesus vai contra este sistema político de opressão, isso custa a Ele a morte na Cruz, maneira que os romanos agiam para demonstrar seus poderes e inibir aqueles que se simpatizavam por aquele que batiam de frente com tais estruturas.
Por: EM
A história israelita é marcada por inúmeras dominações estrangeiras, como os Assírios, os babilônios, o domínio Persa e Helênico e por fim o império Romano. A cada dominação, o povo israelita conhecia um novo modo de governo, sempre pela exploração, pois, cada império apresentava um projeto de conquista diferente mediante aos objetivos específicos. Os Persas, por exemplo, preferiam manter o povo conquistado em sua própria pátria ao invés de exila-los como era o método babilônico, já o projeto helênico preocupava-se em impor sua cultura e religião, motivo pelo qual iniciou-se um processo de resistência na Palestina, o império romano por sua vez não mantinha como ponto primordial a implantação da religião capitolina sobre o povo subjulgado, antes preocupa-se em manter a ordem pela ideologia da “Pax Romana”, com a implantação da “paz” a partir da eliminação dos grupos subversivos ao império, assim também na preocupação central com o arrecadamento de impostos.
III – Questões de Reação: Crise em Israel (4)
Por: JB
Uma vez que a Torá representa o quanto Israel conseguiu criar para acreditar em YHWH, no judaísmo do 2º Templo essa fidelidade equivale à fidelidade à YHWH.
Existe aqui uma experiência de YHWH a partir dos pobres e outra a partir dos excluídos que gera duas culturas diferentes: Poder e exclusão.
As elites sacerdotais são submissas ao Império Romano e os excluídos devem se submeter aos sacerdotes, desse modo, os pobres geram uma linguagem de exclusão que entra em choque com as elites.
A crise se estabelece quando existe desconfiança e falta de credibilidade nas elites. O povo da terra sofre com os resultados das guerras de interesses entre os que dominam.
IV – Saídas para a Crise
· Acomodações: Elites Sacerdotais (5)
Por: OCN e MRS
Os sacerdotes constituíam uma entidade fechada, que guardava ciosamente suas genealogias. Também considerado o grupo mais privilegiado dentro do Estado centrado no templo. Desde o retorno do Exílio em 538 a.C, não havendo mais reis, o sumo sacerdotes tornaram se pouco a pouco a chave de abóboda da sociedade judaica.
Ele o responsável pela lei e pelo Templo, é também por oficio, o presidente do Sinédrio. É o único que pode orar e espiar por todo o povo, o único que pode entrar, uma vez por ano, no coração do Templo, no Santos dos santos, para a expiação e a sua morte era considerada como expiatória, pois nesta ocasião os assassinos eram agraciados.
Por causa das suas funções, os sumos sacerdotes gozam de grade dignidade, o que lhe garante uma situação financeira confortada: cada tarde é o primeiro a escolher a sua parte entre as oferendas feitas ao templo e destinadas aos sacerdotes. O templo e também uma fonte de renda para ele; era, com efeito, um centro de comercio muito importante.
Por causa das regras de pureza e vigor quanto aos animais que se devem oferecer em sacrifício, os peregrinos são praticamente obrigados a comprar, essas vitimas no próprio Templo; alem disso, compra-se muita madeira de valor, perfumes e objetos de luxo, únicos dignos do Senhor. Ora, todo esse comercio pertence a família do sumo sacerdote ou então e confiado a grades comerciantes que oferecem propina para participarem do negocio.
Com esses meios nem sempre satisfazem o apetites do sumo sacerdotes e os de sua família, à vezes eles se servem de outros: apropria-se pela força das peles dos animais degolados, que deveriam pertencer aos outros sacerdotes vai ao sítios roubar os dízimos que lhes e igualmente destinados. Denota-se, desse modo às acomodações que possibilitavam aos sacerdotes uma vida bem mais estruturada em relação aos povos circunvizinhos.
Por: JB
Acomodação: que advém do movimento judaico sadoquita, fruto no movimento Templário da época da hegemonia Persa, Helênica, Selêucida, etc. Existe uma tendência à acomodação, principalmente na classe sacerdotal. O templo carrega consigo o poder templário, que é dado pelos que vivem em torno dele. Os sacerdotes e suas famílias, bem como os anciãos são os proprietários do espaço templário.
O Judaísmo Sadoquida é um movimento que sobreviverá às crises e guerras porque será conivente com o Império. Aprendem a viver com o domínio do opressor como se ele não existisse. Só o templo e o sacerdote podem oferecer sacrifícios, por isso a crise surge no descrédito do sacerdócio pelego do Império.
As elites de Israel vêm o mundo avançando e não encontram reação para isso. Vê-se obrigada (Israel) a adequar-se ao Império se não morrerá. O projeto então será viver sob a direção da Torá ede sua identidade para que possam se salvar. Recupera-se aqui as tradições nas escolas e a importância dalíngua como fator de unificação do povo.
O Judaísmo Sadoquida é um movimento que sobreviverá às crises e guerras porque será conivente com o Império. Aprendem a viver com o domínio do opressor como se ele não existisse. Só o templo e o sacerdote podem oferecer sacrifícios, por isso a crise surge no descrédito do sacerdócio pelego do Império.
As elites de Israel vêm o mundo avançando e não encontram reação para isso. Vê-se obrigada (Israel) a adequar-se ao Império se não morrerá. O projeto então será viver sob a direção da Torá ede sua identidade para que possam se salvar. Recupera-se aqui as tradições nas escolas e a importância dalíngua como fator de unificação do povo.
· A Apocalíptica como projeto de Resistência (6)
Por: VJ
É a partir do século II a.C., no momento das grandes crises nacionais, quando Israel, agredido por outros povos, corre o risco de desaparecer como nação, que a apocalíptica floresce com grande força.
Poderíamos dizer que há, assim, três fases marcantes na história da apocalíptica:
· a época da guerra dos Macabeus contra Antíoco IV Epífanes e o partido helenizante, no séc. II a.C.
· a partir do domínio romano, que se inicia com Pompeu em 63 a.C.
· durante as guerras judaicas contra os romanos em 66-73 d.C. e 131-135 d.C.
Deste modo, a literatura apocalíptica funciona como uma literatura de resistência: através da escrita, Israel se manifesta vivo e atuante. Os céus estão fechados? A história, porém, é ainda possível: através do livro, manifesta-se o Espírito, que garante a identidade do povo de Israel.
Provavelmente a mais antiga obra da apocalíptica judaica, o livro de Daniel é uma peça literária de resistência escrita na época da luta dos Macabeus contra a helenização no século II a.C.
Daniel não é o autor do livro. Estamos frente a um texto apocalíptico, escrito em 164 a.C., cujo autor se esconde por trás de um pseudônimo. Daniel talvez jamais tenha existido, embora haja pistas de um certo Danel em Ez 14,14.20;28,3 e um Dnil que aparece no poema de Aqhat encontrado em Ugarit, e que podem ter inspirado o legendário personagem bíblico.
Entretanto, o sábio Daniel (= Deus julga), um jovem judeu de Jerusalém, é o protagonista desta narrativa que estrategicamente é situada na época dos reis babilônicos e persas, no tempo do exílio.
No capítulo 1 o texto conta como, após a deportação dos judeus de Jerusalém para a Babilônia, alguns jovens judeus de famílias nobres são escolhidos e educados durante três anos para, em seguida, servirem ao rei. Entre eles - terão os nomes trocados - estão Daniel (Baltassar), Ananias (Sidrac), Misael (Misac) e Azarias (Abdênego). Só que a descrição do período babilônico feita pelo livro é imprecisa e seu conhecimento das cortes babilônica e persa superficiais.
Não houve, como o livro afirma, uma deportação em 605 a.C.; Baltasar é filho de Nabônides e não de Nabucodonosor; Dario, que é persa e não medo, é um dos sucessores de Ciro e não seu predecessor... Além do que, a doutrina sobre os anjos, o costume de evitar o nome de Iahweh e outros elementos não são daquele tempo, o exílico, mas bem posteriores.
Enfim, uma série de dados que acabam mostrando que a finalidade do livro e seu gênero literário não são históricos. É um escrito da resistência judaica, no duro período da perseguição selêucida. Daniel quer mostrar que, apesar de tudo, é preciso ter uma fé inabalável em Iahweh, porque mais cedo ou mais tarde os judeus sairão vitoriosos e engrandecidos.
Por: JB
O movimento apocalíptico que é a resistência contra judeus elitizados e que seguem ao Império.É um modo superar essa crise para sobreviver. Surgem movimentos com projetos apocalípticos que ameaçam o Império:
Os Essênios, Qunranitas e Fariseus, comporão grupo dos principais movimentos deste estilo. Fecham-se na questão da pureza e da identidade.
O movimento de João Batista terá na conversão o ponto de partida para o resgate da dignidade. O movimento de Jesus seguirá contrário ao Templo e ao Império, até a queda do Templo (70 dc). E movimento de revolta se estenderá até a África do Norte, Egito, Chipre e partes da Síria, mas não na Palestina.
V – Os projetos criativos:
Introdução por: ER
Os projetos criativos desses grupos religiosos se baseava no reino de Deus, eles se apresentava como portadores do reino, onde tinham a idéia da chegada do reino. Cada grupo no entanto procurava interpretar a situação do povo e tentavam traçar estratégias para enfrentar as situações de opressão do povo. Veremos alguns desses grupos:
Os piedosos (7)
Por: MP
Pouco se sabe com certeza histórica sobre os piedosos. Algumas vertentes de estudos querem afirmá-los como os Hassideus mencionados nos dois livros dos Macabeus, parecendo ser os precursores dos essênios e fariseus. Possivelmente formavam um grupo ou movimento que se dispunham ao seguimento rígido da Lei judaica, afastando-se da cidade e vivendo um radicalismo religioso, que nem chagavam a se defender no sábado, caso fossem atacados em combate, já que obedeciam fielmente a santificação do sábado. Tinham uma postura conservadora diante das novidades objetivando o fim de sua resistência caso se restabelecesse a ordem e a Tradição.
Por: ER
São chamados de hassidim que são judeus piedosos, eles tem uma posição que para eles não basta reconstruir o templo, as muralhas e a cidade de Jerusalém, é preciso sobretudo reconstruir uma vida espiritual, uma vida espiritual fundada sobre o estudo da lei para conhecer a vontade de Deus, são eles os transmissores ou criadores de muitos salmos.
Fariseus (8)
Por: MP
A principio pensa-se o farisaísmo como o grupo ou movimento de leigos que estudam as Escrituras de forma mais acentuada, apesar de terem existido fariseus que não eram profundos entendidos das Escrituras. Mas sua prática piedosa lhes garantia o respeito em seu círculo social, principalmente a prática e insistência na idéia ritualizada da pureza. Aproximavam-se da prática sacerdotal sem nunca abandonar a sua realidade contextual. Formavam associações, tornando-se um movimento com força notória no Sinédrio,em Jerusalém e nas cercanias da Judéia. Como difundiam suas idéias possivelmente procuravam adeptos, até mesmo pelos seguidores de Jesus. É muito provável que os cristãos não fossem sua maior preocupação e sim a busca de um equilíbrio ente a Lei escriturística e a realidade política dominante.
Por: ER
Este se apresentavam como puros e separados e que era pelo cumprimento da lei que o reino chegaria, daí o motivo de se preocuparem em manter a pureza da lei, eram considerada um partido popular de resistência passiva. Usavam de sua influência no meio do povo, sobretudo nas sinagogas de toda a Palestina. São eles que saem vitoriosos da guerra contra o rei Alexandre Janeu e acabam exercendo grande influência no reinado de Alexandra. Existiram sete espécie de fariseus, os de costa larga, os vagarosos, os calculadores, os ecônomos, os escrupulosos, os fariseus do temor e os fariseus do amor.
Por: ER
Este se apresentavam como puros e separados e que era pelo cumprimento da lei que o reino chegaria, daí o motivo de se preocuparem em manter a pureza da lei, eram considerada um partido popular de resistência passiva. Usavam de sua influência no meio do povo, sobretudo nas sinagogas de toda a Palestina. São eles que saem vitoriosos da guerra contra o rei Alexandre Janeu e acabam exercendo grande influência no reinado de Alexandra. Existiram sete espécie de fariseus, os de costa larga, os vagarosos, os calculadores, os ecônomos, os escrupulosos, os fariseus do temor e os fariseus do amor.
Essênios e Qumraitas (9)
Por: MP
Pouco se sabe com certezas históricas a respeito desse movimento. O historiador Flávio Josefo os descreve como uma organização rigorosa com um modelo de pensamento e ação quase místico. Tinham práticas fortes de pureza e rituais próprios, como a santificação do sábado de forma ainda mais rigorosa, buscando uma vida de desapego e de igualdade. Como eram muitos centrados em suas práticas espirituais, renunciavam em grande parte o que se lhes eram oferecidas dentro do sistema impositor que viviam, deixando de lado muitas vezes até o matrimônio e a procriação. A problemática, no entanto, é que por mais que se pareçam, os essênios e qumranitas se distinguiam pelo fato dos essênios não se mostrarem tão contrários a Jerusalém, e segundo relatos de Josefo, tinham sua importância no meio social, sendo possível que uma ramificação desse grupo , de forma mais radical, construindo sua raízes ideológicas no interior da tradição apocalíptica , acreditando na vinda de um reino que purificasse e restaurasse a religião e o Estado corrompidos pela aceitação dos ideais da dominação estrangeira. Sua fundação é um tanto incerta. Parece ter sido iniciada pelo mestre de justiça que rompendo com o Templo e Jerusalém ao não aceitar o sistema corrupto da política do Templo, parte com adeptos, alguns intelectuais escribas, para Khirbet Qumram, procurando viver adequadamente a Lei e a identidade histórica de seu povo, a partir de seus ritos, que para eles não mais despertavam confiança na prática religiosa de Jerusalém com seu sacerdócio iníquo. Porém, tanto foi o seu radicalismo na defesa do Yahad, nas idéias rituais de santidade e pureza, que a comunidade fechou-se me si mesma e alienou-se.
Por: ER
Os essênios estão ligados em grande parte a descoberta dos escritos do mar morto. Eles são do tipo nacionalistas e tem suas raízes ideológica na tradição apocalíptica; para eles o reino viria com força e deveria purificar o templo. Em Qumran eles chegaram a extrema radicalidade, se afastando da vida nacional e vivendo em comunidades separadas e esperando o momento da chegada do reino, só assim a justiça seria implantada na terra.
A origem da comunidade remonta a círculos sacerdotais de Jerusalém que enfatizavam a estrita observância da lei, são os sacerdotes q tinham prioridade na constituição da comunidade; também a expectativa messiânica está determinada pelo sacerdócio, dirigindo a um ungido sacerdotal, colocando ao lado do Messias real. é no contexto qumraita que se menciona o nome Mestre da Justiça, fundador da comunidade, este era um sacerdote, dotado por Deus do dom do conhecimento e da interpretação correta das escrituras. Eles mantinham uma certa rigidez na comunidade com o fim de combater os filhos das trevas, este tipo de combate é descrito pela oposição entre luz e trevas.
Por: ER
Os essênios estão ligados em grande parte a descoberta dos escritos do mar morto. Eles são do tipo nacionalistas e tem suas raízes ideológica na tradição apocalíptica; para eles o reino viria com força e deveria purificar o templo. Em Qumran eles chegaram a extrema radicalidade, se afastando da vida nacional e vivendo em comunidades separadas e esperando o momento da chegada do reino, só assim a justiça seria implantada na terra.
A origem da comunidade remonta a círculos sacerdotais de Jerusalém que enfatizavam a estrita observância da lei, são os sacerdotes q tinham prioridade na constituição da comunidade; também a expectativa messiânica está determinada pelo sacerdócio, dirigindo a um ungido sacerdotal, colocando ao lado do Messias real. é no contexto qumraita que se menciona o nome Mestre da Justiça, fundador da comunidade, este era um sacerdote, dotado por Deus do dom do conhecimento e da interpretação correta das escrituras. Eles mantinham uma certa rigidez na comunidade com o fim de combater os filhos das trevas, este tipo de combate é descrito pela oposição entre luz e trevas.
Tendências Zelotas (10)
Por: MP
No conturbado contexto político da judéia certos grupos, divergindo daqueles que defendiam uma harmoniosa relação com Roma, queriam um governo teocrático que desse espaço e liberdade para aqueles que realmente se identificavam com a vontade de Deus. Essa oposição ao sistema resultou em violência e recurso a força por parte do grupo dos zelotas, que se recusavam a pagar tributos a Roma e na espera da vinda de um Messias, que pela força, reconstituiria o Estado corrompido, santificando sua terra e a devolvendo como lhes era de direito. Por isso, tomaram como ponto de partida a mística dos antepassados Macabeus, de forma a se voltarem contra o poder romano. De seu grupo surgiu um ramo mais radical denominado Sicários, que com seus punhais de lâmina envergada, misturavam-se disfarçadamente em meio aos nobres, sacerdotes e representantes oficiais de Roma, abraçando-os e apunhalando-os até morte. No interior da Judéia, chegavam a saquear propriedades e agitavam a população rural, até o ponto de impedirem as colheitas, e conseqüentemente, a arrecadação de tributos a Roma. Contribuíram tanto com a violência e a desordem pública, que possivelmente levaram a explosão da guerra de 66 d.C.
Por: ER
Seu nome zelotas vem de um termo grego que significa “ser zeloso por” ; eles já foram reconhecido como rigoristas violentos que executavam os que eram infiéis a lei de Moisés. Este surgiram na época do recenseamento de Quirino, saíram de dentro do farisaísmo, recusavam-se a pagar os impostos aos romanos. Acreditava e viviam numa crença teocrática ligada a vinda do Messias, por isso é que retomavam a mística e a luta armada dos macabeus, combatiam os romanos e todos os que colaborassem com eles. Foi quando em 66 d.C. que comandaram uma guerra contra os romanos tentando restabelecer a autonomia do templo.
A Reforma Batista (11)
Por: MP
Os batistas eram um ou alguns grupos, dentre os quais se destaca o de João Batista (o batizador) que na tentativa de retorno as raízes, optava por um pensamento radical de luta pelo povo, exigindo para isso a conversão pelo batismo no rio Jordão, como crítica também ao sistema corrupto do Templo e a política real. Esperam sempre o dia de Iahweh que chegará como um grande julgamento. Todavia, dentre os grupos ou movimento religiosos deste período era considerado um fenômeno secundário.
Por: ER
Eles são um grupo considerado como aqueles que proporciona um despertar religioso, desenvolveram-se entre o povo simples por isso quase não deixaram vestígio literário, tinham como objetivo propor a todos a salvação, mesmo aos pecadores e aos pagãos, faziam o batismo por imersão na água, como forma de perdão dos pecados. Há no entanto dois grupos conhecidos como batista, o que se forma em torno de João e o que esse forma em torno de Jesus. Eles pregavam a necessidade da conversão através do batismo, eles também criticavam o templo e os sacrifícios insistem no jejum e anunciam o reino, não há dúvidas que a mensagem desse grupo tenha influenciado Jesus.
O Projeto da Mística Judaica (12)
Por: MP
Os judeus da Diáspora enfrentavam um conturbado contexto de perca de sua identidade com as imposições estrangeiras, de forma a construir conseqüências ideológicas sobre a religião. Sempre tentando manter-se firme aos códigos e regras de sua fé, os judeus adentram um mundo novo em que se questionam e são questionados sobre sua fé, o que lhes trás muitas revoltas, já que são obrigados a ver o fim último do homem e sua relação com seu Deus dentro de uma mesclagem de realidade militar, o radicalismo religioso e a questão da terra de Israel, sua nação de direito. Isso tudo parece se afastar cada vez mais dos preceitos da Tora e suas tradições. Por isso surge uma nova hermenêutica, numa nova exegese alegórica que intensifique a certeza da revelação da Tora, e como uma luz no caminho, disponha os judeus a aceitação de idéias místicas que interpretam o judaísmo dentro da dura realidade circundante de dominação, dentro da categoria mistério. A Tora torna-se nesse sentido místico o mistério de Israel, que ultrapassa qualquer realidade e raciocínio.
Por: ER
Os judeus diariamente rezam a oração das dezoito preces. Eles dirigem-se a Deus pedindo-lhes que tenha misericórdia de Israel e do reinado da casa de Davi. Os judeus também defendiam a idéia sobre a realização da salvação vindoura. Eles tinham em seu projeto aguardar a vinda do filho de Deus para que o povo fosse libertado. Essa esperança da libertação por Deus era que os mantinha lutando. No judaísmo havia uma expectativa muito grande sobre a vinda do filho de Deus. Sob a influência grega, o judaísmo acreditava na vida eterna. Nesse sentido, o judaísmo tinha em seu projeto a liberação de seu povo, onde aguardava com ansiedade pela intervenção de Deus.
VI – A Crise vista a partir da Galiléia (13)
Por: LFP
Esta crise é pautada a partir do governo de Herodes, comandante que se destacou na Galiléia. Fugiu para Roma, e em 40 a.C. o Senado romano o nomeou como rei. Logo após sua nomeação iniciou uma preparação para conquistar o seu território, Jerusalém.
Devido a sua mania de perseguição, Herodes conquistou grandes extensões de terra e modificou duradouramente as construções em Jerusalém. Com Herodes no poder, militarmente o país estava em paz, e economicamente ganhou uma boa evolução. Contudo, para garantir e conservar seu domínio e seu poder, Herodes reprimia qualquer movimento de oposição e, até mesmo, a própria família. Com a reforma da Cidade Santa e do Santuário, O rei Herodes conquistou o reconhecimento e o respeito junto aos grandes partidos religiosos.
No ano 4 a.C. Herodes morre e, com isso, despertou elevadas expectativas com relação a Arquelau para tomar posse da herança de seu pai como rei em concorrência com Antipas, ao qual o testamento do pai lhe dara apenas a Galiléia e a Peréia. Os herdeiros brigavam entre si por suas partes na herança. O resultado desse conflito pela herança ocasionaou danos aos interesses religiosos que ficaram na sombra das reivindicações do poder político; revoltosos se apoderaram das recém-construídas instalações do Templo. O país inteiro estava em revolta, e o exército herodiano dividiu-se numa parte fiel a Roma noutra rebelde.
Contudo, Varo, governador da Síria, mandou subjugar e ocupar as regiões revoltosas. O fim das rebeldias foi sanguinário e Roma ficou caracterizada pelo povo como um Império hostil a Deus e a Israel. Diante disso, a herança herodiana foi repartida por Augusto. Arquelau ficou com a Judéia, a Samaria e parte do litoral. Antipas ganhou a Galiléia e a Peréia, e Filipe ficou com as regiões do nordeste.
Resposta tirada a partir das páginas 173 - 180
VII – A Crise vista a partir da Judéia (14)
Por: CAS
Por cerca de um século depois da época de Neemias, o império Persa exerceu controle sobre a Judéia. O período foi relativamente tranqüilo, pois os persas permitiam aos judeus o livre exercício de suas instituições religiosas. A Judéia era dirigida pelo sumo sacerdotes, que prestavam contas ao governo persa, fato que, ao mesmo tempo, permitiu aos judeus uma boa medida de autonomia e rebaixou o sacerdócio a uma função política. Inveja, intriga e até mesmo assassinato tiveram seu papel nas disputas pela honra de ocupar o sumo sacerdócio. A Pérsia e o Egito envolveram-se em constantes conflitos durante este período, e a Judéia, situada entre os dois impérios, não podia escapar ao envolvimento. Durante o reino de Artaxerxes III muitos judeus engajaram-se numa rebelião contra a Pérsia. Foram deportados para Babilônia e para as margens do mar Cáspio.
Em seguida à derrota dos exércitos persas na Ásia Menor (333 a.C.), Alexandre marchou para a Síria e Palestina. Depois de ferrenha resistência, Tiro foi conquistada e Alexandre deslocou-se pra o sul, em direção ao Egito. Diz a lenda que quando Alexandre se aproximava de Jerusalém o sumo sacerdote Jadua foi ao seu encontro e lhe mostrou as profecias de Daniel, segundo as quais o exército grego seria vitorioso (Dn 8). Essa narrativa não é levada a sério pelos historiadores, mas é fato que Alexandre tratou singularmente bem aos judeus. Ele lhes permitiu observarem suas leis, isentou-os de impostos durante os anos sabáticos e, quando construiu Alexandria no Egito (331 a.C.), estimulou os judeus a se estabelecerem ali e deu-lhes privilégios comparáveis aos seus súditos gregos.
Depois da morte de Alexandre (323 a.C.), a Judéia, ficou sujeita, por algum tempo a Antígono, um dos generais de Alexandre que controlava parte da Ásia Menor. Subseqüentemente, caiu sob o controle de outro general, Ptolomeu I (que havia então dominado o Egito), cognominado Soter, o Libertador, o qual capturou Jerusalém num dia de sábado em 320 a.C. Ptolomeu foi bondoso para com os judeus. Muitos deles se radicaram em Alexandria, que continuou a ser um importante centro da cultura e pensamento judaicos por vários séculos. No governo de Ptolomeu II (Filadelfo) os judeus de Alexandria começaram a traduzir a sua Lei, i.e., o Pentateuco, para o grego. Esta tradução seria posteriormente conhecida como a Septuaginta, a partir da lenda de que seus setenta (mais exatamente 72 - seis de cada tribo) tradutores foram sobrenaturalmente inspirados para produzir uma tradução infalível. Nos subseqüentes todo o Antigo Testamento foi incluído na Septuaginta.
Depois de aproximadamente um século de vida dos judeus sob o domínio dos Ptolomeus, Antíoco III (o Grande) da Síria conquistou a Síria e a Palestina aos Ptomeus do Egito (198 a.C.). Os governantes sírios eram chamados selêucidas porque seu reino, construído sobre os escombros do império de Alexandre, fora fundado por Seleuco I (Nicator).
Durante os primeiros anos de domínio sírio, os selêucidas permitiram que o sumo sacerdote continuasse a governar os judeus de acordo com suas leis. Todavia, surgiram conflitos entre o partido helenista e os judeus ortodoxo. Antíoco IV (Epifânio) aliou-se ao partido helenista e indicou para o sacerdócio um homem que mudara seu nome de Josué para Jasom e que estimulava o culto a Hércules de Tiro. Jasom, todavia, foi substituído depois de dois anos por uma rebelde chamado Menaém (cujo nome grego era Menelau). Quando partidários de Jasom entraram em luta com os de Menelau, Antíoco marcho contra Jerusalém, saqueou o templo e matou muitos judeus (170 a.C.). As liberdades civis e religiosas foram suspensas, os sacrifícios diários forma proibidos e um altar a Júpiter foi erigido sobre o altar do holocausto. Cópias das Escrituras foram queimadas e os judeus foram forçadas a comer carne de porco, o que era proibido pela Lei.
Localização Histórica das Crises e Resultados
A Crise Macabaica (15)
Por: PV
Antioco IV Epífanes tem suas aspirações políticas barradas de várias formas. Surge, destarte, um grupo de resistência que inicia um conflito armado contra o rei: nasce uma rebelião. O rei, por sua vez, entendeu que os revoltosos tinham uma política com um duplo aspecto: o primeiro da ordem tradicional, da Torá e o segundo pelo templo e seu culto, regulado pela Torá. Por isso, Antioco IV tentou quebrar esta idéia estabelecendo em 168-165 a.C. o culto sincretista em honra de Zeus, no templo de Jerusalém. Alguns aceitaram a proposta, mas uma parte militar dos revoltosos, sob liderança de Judas Macabeu decidiu continuar a luta. Conseguiram significativos progressos, mas com a morte de Judas Macabeu, revolta já parecia fracassada. Seu irmão Jônatas assume o legado, no entanto, desenvolve um futuro pouco promissor. No entanto, a antiga população israelita ficou impressionada com os sucessos dos macabeus e aceitou a linha judia destes. Vale lembrar ainda que é neste contexto que Josefo já menciona a existência, e não surgimento, de três correntes judaicas: fariseus, saduceus e essênios.
A Crise na época herodiana (16)
Por: MM
A morte do rei no ano 4 a.C despertou inicialmente elevadas expectativas com relação a Arquelau, que se preparou, com ajuda do exército, para tomar posse da herança de seu pai como rei, em concorrência com Antipas, ao qual o testamento do pai adjudicava apenas a Galiléia e a Peréia. Uma das primeiras exigências foi à substituição do sumo sacerdote em função por um que executasse o ritual com mais fidelidade à Torá. Com isso se criou uma esperança para uma linha farisaica assumir novamente o posto de sumo sacerdote. Arquelau não foi confirmado por Roma, por isso ele não fez a mudança. Com isso houve grande revolta começando no santuário de Jerusalém durante a festa da Páscoa. Como a festa da páscoa tem um forte sentido escatológico, Arquelau já imaginava que a revolta aconteceria, posicionando as suas tropas fora do templo. A presença das tropas teve um efeito provocante causando um levante que matou entorno de 3 mil pessoas.
Em Roma os herdeiros de Herodes brigavam entre si por suas partes na herança; assim os interesses religiosos ficaram mais do que nas sombra das reivindicações do poder político. E enquanto isso as expectativas reprimidas lançavam movimentos messiânicos que ameaçava o poder de Roma. Revoltosos chegaram apoderar-se do templo. Sabino com tropas romanas conquistaram o templo, mas foram assediadas lá dentro. O exercito herodiano se dividiu em revoltosos e fieis a Roma. Surge novamente os grupos combatidos por Herodes, considerados bandidos, mas que se entendiam como zelotes e iguais os primeiros macabeus, lutando pela Torá e pela soberania de Deus. Josefo menciona como chefe um tal de Judas, um pretendente ao trono Simão e Athronges manteve-se como rei.
Varo, o governador da Síria, ocupou e subjugou as regiões revoltosas. O final dos rebeldes foi terrível foram crucificados cerca de 2 mil revoltosos. Mas com isso não se pacificou a região pelo contrário o povo passou a considerar Roma um Império hostil a Deus e a Israel. Augusto repartiu a herança herodiana. Arquelau ficou com a Judéia, a Samaria e partes do litoral, mas apenas como etnarca; Antipas ganhou a Galiléia e a Peréia, como tetrarca; Felipe, igualmente como tetrarca, as regiões do nordeste. Doravante a Galiléia, ao lado da Judéia, obteve uma importância crescente, mas sobre detalhes sabe-se relativamente pouco.
Desde o ano 6 d.C a Judéia foi colocada sob dominação romana direta. Desde épocas anteriores os judeus preferiam mais uma dominação romana direta do que um rei duvidoso, porque a dominação direta dava aos judeus mais autonomia. A autonomia judaica interna ganhou certa expressão, mas não tinha o direito de julgar crimes passiveis de pena capital. A nova província foi subordinada a Síria, cujo governador, Quirino, quem fez um censo. Este censo provocou um sentimento de dominação e surgiram novos distúrbios. Foi nesta época que se formou o zelotismo, cuja o fundador, Judas, o Galileu, e teve apoio de alguns fariseus. Então na questão dos impostos os judeus começaram a lutar contra os romanos na obrigação de realizar a Torá e nas exigências do momento histórico segundo uma visão teológica. Os prefeitos ou procuradores da nova província residiam em Cesárea, mas mantinham também Jerusalém sob rígido controle nomeavam e demitiam sumos sacerdotes conforme bem entendiam. Depois de todos os ocorridos Roma notou a dificuldade da região, logo reprimindo todas as tendências hostis e escatológicas reprimindo brutalmente.
A Crise na cruz de Jesus (17)
Por: AF
A crise na cruz de Jesus, seu fracasso de morte, fez com que os apóstolos (assim como todas as primeiras comunidades) resgatassem a ideologia israelita do século III a.C. que é o ideal da “revolta macabaica”, sobre a resistência e a fé na ressurreição dos justos. Só que, de maneira diferente, os cristãos, no modo jesuânico, não foram – até o século III e início do século IV – “subversivo-violentos”, também não tinham força para isso. Mas optaram pela cultura e literatura apocalíptica da resistência ao modo pacífico – como os batistas que pregavam a conversão batizando e sem violência. Mesmo que a cruz de Jesus, sua morte, soe como um fracasso histórico, os cristãos, mediante a fé e pela apocalíptica, pregam que há a ressurreição dos justos.
A Crise na procuradoria romana (18)
Por: AC
- Calígula entrega a Herodes Agripa a tetrarquia de Felipe e a de Herodes Antipas. Agripa mantém uma relação de equilíbrio, sendo mediador e pacificador entre romanos e judeus. Calígula deu ordem para erguer sua estátua também no Templo de Jerusalém, e isso provocou os judeus. Agripa agiu enquanto mediador nesta crise.
- Com a morte de Calígula, Cláudio é novo Imperador, que recompensa Agripa nomeando-o rei, confirmando certos privilégio aos judeus.
- após a morte de Agripa, Cláudio colocou seus territórios sob dominação romana direta, fazendo dos governadores procuradores, o que desencadeou queda da qualidade do governo.
- Herodes II de Cálquis é responsável somente pelo Templo de Jerusalém. Que não foi bem administrado.
- Entre os procuradores destacou-se Tibério Júlio Alexandre, militar e político competente. Tornou-se prefeito do Egito e serviu na guerra judaico-romana como o mais alto colaborador militar de Tito.
- Sob Ventídio Cumano, na festa pascal do Templo, inicia-se alguns conflitos internos, ponto crítico de desentendimentos entre judeus e romanos.
- Cláudio substitui Cumano por Tibério Cláudio Félix e a Herodes Agripa II confia a cidade de Cálquis, com o direito de nomear o Sumo Sacerdote de Jerusalém.
- Os chamados sicários aprontavam suas desordens assassinas.
- O novo Imperador Nero continua a política de Cláudio, promovia Agripa II e deixava Felix.
- Na luta em Cesaréia, pelos direitos dos diversos grupos, Felix não foi capaz de por fim a essa crise. Foi substituído por Pórcio Festo – duro com “bandidos”e “sicários”.
- Herodes Agripa II quer aumentar a altura do palácio, sendo possível portanto inspecionar o interior do Templo.
- O Sumo Sacerdote impediu construindo um muro alto. Essa briga chega a Roma.
- Herodes nomeia um novo sumo sacerdote; tudo isso aponta para uma crise política e a uma desconfiança romana em relação ao aumento do poder dos sumos sacerdotes.
- Com a morte de Festo, Lucio Albino o sucede. Herodes Agripa II, ainda é procurador. Antes de Albino chegar a Jerusalém, Anano, sumo sacerdote executa Tiago “parente do Senhor”, sem o devido consentimento romano.Albino reagiu logo e obrigou Agripas a nomear um novo sumo sacerdote.
- A situação do sacerdócio não era das melhores. Os levitas apresentaram exigências a Agripa, patrono do Templo. A elite de Jerusalém e Judéia contribuíram para o agravamento da crise. A motivação não se restringe a interesses sociais, a elite sacerdotal insistia em reivindicações de ordem divina, e isso está em oposição aos romanos. A antipatia contra esses últimos crescia mais e mais em todas as classes: as medidas brutais de Albino contra os sicários e outros rebeldes tiveram como efeito antes a irritação que a intimidação. Sicários seqüestram o filho do sumo sacerdote, a fim de forçar Albino a libertar alguns presos. Persuadido pelo sumo sacerdote Albino cedeu, soltou ainda mais presos, o que, segundo Josefo, reforçou o terrorismo.
- Gessio Floro, sucessor de Albino, era tido como um procurador totalmente sem caráter, incompetente, e por isso imprudente de cruel. Josefo o acusa de irromper a guerra judaica de 66 d.C. Ele procurava uma confrontação que já estava em andamento em Cesaréia, violou o tesouro do Templo, e por uma provocante demonstração militar em Jerusalém, seguida de excessos violentos dos soldados.
- Herodes Agripa II e o governador da Síria tentam amenizar a situação.
- Com essa crise desencadeia-se a guerra judaico-romana, no ano 66 até 70/74 d.C, sob o Imperador Vespasiano. Nessa guerra ocorreu a conquista de Jerusalém e a destruição total do Templo em 70, sob Tito.
A Crise na diáspora judaica (19)
Por: A (vulgo X)
- A crise parece se acentuar devido ao fiscus judaicus, dedicado a Júpiter Capitolinus
- Mas é com Trajano (98-117), que um novo movimento judaico de revolta, toma proporções maiores e com grande violência se expande, envolvendo gregos, judeus e a população autóctone, ganhando fortes adeptos entre os prisioneiros resgatados da guerra de 66-70, com espírito revolucionário-escatológico.
- Para o judaísmo helenístico da diáspora, as conseqüências foram catastróficas, principalmente no campo da cultura judaico-helenística, que sofreu críticas por parte da judaísmo rabínico e farisaico.
- Tal situação resultou na nova tradução grega da Bíblia, por Áquila, seguindo a linha do rabinismo primitivo, o qual acontecimento resultou na reconstrução farisaica-rabínica dentro da Palestina.
- Mesmo assim, tamanha foi a perda cultural, devido a não adesão por parte dos rabinos, frente às tradições judaicas helenísticas. É somente na tradição cristã que o judaísmo antigo foi aproveitado e deu frutos.
Por: MD
Para entender a Diáspora é necessário termos esses pressupostos: desde cedo a terra de Israel não pude se sustentar devido ao seu superativ populacional, a macro estrutura da Diáspora tinha uma base linguística e politica, e o status e a estrutura das colónias que concedia certo volume de privilégios para todos os judeus. Porém em todo o caso, a Diáspora não formava uma unidade social, mas comunidades com um vinculo com a terra de Israel e especialmente com o Templo.
È difícil falar de números exatos, mas pode-se imaginar uma estatística que varia entre 5 a 8 milhões de judeus, sendo estes 2 milhões na Palestina, 1 milhão para Egito, 1 milhão na Mesopotâmia, e restante talvez menos de 1 milhão para a Diáspora ocidental;
Espalhados pelo mundo, em cada região souberam amoldar-se, mesclaram-se com todos os povos sem perder a sua identidade e os Judeus nas suas errâncias, receberam influências de todos os quadrantes e deixaram as suas marcas por onde passaram.
Assim formam uma ponte entre o judaísmo e as outras culturas. Muito pouco se sabe sobre a situação internas das grandes e pequenas comunidade da Diáspora para relacionar suas tendências religiosas e culturais as conhecidas correntes judaicas. A comunidades da Diáspora sofre enorme desafios: o confronto de seu Deus com os deuses do império, a relação de Deus com homem e o mundo, a sua teologia da eleição e a necessidade de uma fundamentação dos mandamentos.
A Crise Final: A guerra de Bar Kohba (20)
Por: PV
A guerra de Bar Kohba, entre 132-135 d.C., apresenta à Judéia, mais uma sangreta revolta. Trata-se de uma revolta apoiada nos ideais messiânicos nada alheio ao judaísmo antigo. Segundo a tradição rabínica o líder da revolta Simão é considerado um pseudomessias, o Filho da Estrela (daí Bar Cocba). O fato é que ele não tinha o apoio de todos os grupos rabínicos. No entanto, documentos do deserto testemunham Bar Koseba (possível nome?) como um bom estrategista político e altamente cauteloso. Ainda podemos notar, embora tardiamente na história, como os movimentos messiânicos não devem ser entendidos como meras esperanças alheias à realidade. O Kairós foi tirado da realidade concreta e os meios para uma nova situação era evidente pelo aspecto militar e político. Por isso, não podia ser desperdiçada esta oportunidade, talvez única. De 135-138 d.C., Roma empreendeu uma série de medidas que atingiram não somente a revolta, mas que foram sentidas como perseguição a religião como tal.
Fonte:
MAIER, Johann. Entre os Dois Testamentos: história e religião na época do segundo templo. São Paulo: Edições Loyola,. 2005.
Um comentário:
valeu papagaio de amparo pela iniciativa, realmente nós alunos precisamos de uma fonte para recorrermos qdoos professores nos pedem trabalhos...vlw
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